quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Makwala voa em bateria solitária, vai à semi dos 200m e tira onda com flexões

Fonte: http://globoesporte.globo.com/
Por Helena Rebello, Londres
 

Botsuano não disputou a classificatória na segunda-feira por ter sofrido intoxicação alimentar



Isaac Makwala venceu o relógio e manteve vivo o sonho de conquistar uma medalha individual do Mundial de Atletismo de Londres. Barrado pela Federação Internacional (IAAF) na final dos 400m, o botsuano não disputou as classificatórias dos 200m, prova na qual é líder do ranking mundial devido a uma gastroenterite. Com a oferta de uma segunda chance, correu sozinho no Estádio Olímpico e, ao cravar 20s20, conquistou uma vaga para a semifinal da disputa. Ao ver o tempo no telão, ainda tirou onda. Fez algumas flexões e mostrou que está com saúde para dar e vender.

O africano terá pouco mais de duas horas para se recuperar, já que a fase seguinte será disputada ainda nesta quarta-feira, às 16h55 (horário de Brasília). Apesar do bom tempo, ele foi encaixado na raia 1 - raias internas são melhores e destinadas normalmente aos mais velozes - da primeira bateria para que não houvesse prejuízo àqueles que se classificaram normalmente nas eliminatórias de segunda. O SporTV2 transmite, e o SporTV.com acompanha em Tempo Real.


Antes da largada, o momento de oração e concentração (Foto: Reuters)

Makwala passou mal na última segunda-feira, com vômito e diarreia, e não teve condições de se apresentar para as eliminatórias dos 200m. Ele foi um dos mais de 30 atletas que supostamente contraíram o chamado norovírus. Na terça-feira ele disputaria a final dos 400m, prova na qual seria um dos principais desafiantes do favorito Wayde Van Niekerk. Ele foi ao Estádio e tentou competir, mas a IAAF vetou sua participação alegando que a condição clínica dele impunha a necessidade de quarentena de 48h.

O caso repercutiu muito mal, visto que Makwala concedeu entrevistas afirmando que tinha perfeitas condições de correr e que não foi avaliado por nenhum médico – informação rebatida pela IAAF. Como a quarentena foi encerrada às 14h (horário local) desta quinta, a IAAF decidiu tentar minimizar a polêmica dando a ele a oportunidade de disputar uma tomada de tempo sozinho antes do início do programa oficial desta quarta.

Para conquistar a vaga, ele precisaria ao menos igualar a marca de 20s53, tempo do último classificado para a semifinal - a título de comparação, o melhor tempo dele no ano, que também é o melhor do mundo na temporada, é 19s77. Para não prejudicar nenhum outro atleta e evitar nova crise de relações públicas, a IAAF decidiu que apenas o adicionaria a uma das baterias das semis, que passaria a ter nove atletas, sem interferir nas vagas dos demais.


Makwala cruza olhando para o cronômetro para ver se tinha passado à semi (Foto: Reuters)

Debaixo de muita chuva, Makwala se posicionou na raia 7, que originalmente seria a sua na quinta das sete baterias classificatórias. Em sua página de resultados, a IAAF passou a considerar a existência de uma oitava bateria de um só atleta. No Estádio, quando os locutores anunciaram o evento, o botsuano foi muito aplaudido pelo público. Se benzeu algumas vezes, apontou para o céu e se preparou para a largada.
Sem nenhum adversário para ajudar no ritmo, disparou por conta própria. Cobriu os 200m em 20s20, o sétimo tempo considerando-se todos os atletas das eliminatórias. Ao ver que tinha conseguido, deu um recado claro. Fez flexões na pista e mostrou que estava mais do que apto para competir.

Aguardando o momento de entrar no Estádio para receber o ouro dos 400m, Wayde Van Niekerk assitiu à prova pela televisão. Certamente ficou preocupado. Viu que terá muito trabalho caso queira uma dobradinha.


Makwala cumprimenta o público após receber apoio (Foto: Reuters)




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