segunda-feira, 1 de novembro de 2021

DESPORTO ESCOLAR - As meninas indígenas de Tocantins e a magia dos JEB’s

Time de futsal feminino de garotas Apinajé participa dos Jogos Escolares Brasileiros e, no Rio de Janeiro, vive experiências inéditas que extrapolam os limites do esporte

https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias-e-conteudos/esporte/noticias_esporte/as-meninas-indigenas-de-tocantins-e-a-magia-dos-jeb2019s

Foto: Ronaldo Caldas/ Min. Cidadania

sorriso inocente, na maior parte das vezes tímido, de Darcyara Dias Chavito Apinajé, reflete um roteiro de descobertas que representa a síntese do que os Jogos Escolares Brasileiros – JEB’s 2021, disputados no Rio de Janeiro, podem proporcionar.

Em uma cidade tão cosmopolita, acostumada a idiomas dos mais diversos países, as palavras “ambrí jãm Béti” (em grafia livre) soam como língua indecifrável de alguma nação distante.

Incompreensíveis para a maioria dos brasileiros, a expressão quer dizer “oi, tudo bem?”. É uma saudação cotidiana na língua Apinajé, idioma nativo da comunidade indígena de mesmo nome e que vive no estado do Tocantins, em uma região limitada pelas bacias dos rios Mosquito (no divisor de águas do Tocantins) e São Bento (no Araguaia).

E foi de lá, da Escola Indígena Mãtyk, no município de Tocantinópolis, a cerca de 550 quilômetros da capital Palmas, que o time de futsal feminino de Tocantins veio para a disputa dos JEB’s. A jovem Dacyara, de 14 anos, é a capitã da equipe.

O futsal é o núcleo da história que trouxe as meninas ao Rio de Janeiro. Mas a verdade é que, diante de tudo o que elas já experimentaram nos últimos dias, os JEB’s, mais do que uma competição esportiva, abriram portas de um novo mundo para as 11 integrantes da equipe.

"Elas têm muita força de vontade, porque algumas não saem nem da comunidade. Quando saem é apenas para ir à quadra de treino e da quadra para a aldeia. Elas não têm esse costume de estar viajando. Ainda mais de avião”

Ataides Jesus de Souza, técnico da equipe


No céu

A história toda é marcada, desde o início, por surpresas. Acostumadas a treinar em quadra de terra batida, elas aceitaram o desafio de jogar futsal após serem incentivadas e orientadas pelo professor Ataides Jesus de Sousa.

“Desde 2015 que trabalho com a escola indígena. Com essas meninas a gente começou o treinamento agora, neste ano. Então, temos basicamente três meses de treinamento. A gente tem um pouco de dificuldade em função de não ter um local específico para treino voltado para o futsal. Então, a gente joga mais o futebol do que o futsal”, explica Ataides.

A vaga delas para os JEB’s veio nos Jogos Estudantis de Tocantins (JETS). Segundo o professor, desde que elas souberam que haviam se classificado para os JEB’s, a vida das meninas mudou. “A alegria delas foi imediata. A gente viu o brilho nos olhos delas. Quando falei: “Agora, a gente vai para o Rio! E de avião!”, elas gritaram e comemoraram”, lembra Ataides.

Confira galeria de fotos em alta da equipe Apinajé nos JEB's

“Elas têm muita força de vontade, porque algumas não saem nem da comunidade. Quando saem é apenas para ir à quadra de treino e da quadra para a aldeia. Elas não têm esse costume de estar viajando. Ainda mais de avião”, reforça o professor.

Tão tímida quanto a amiga Darcyara e todas as outras companheiras de time, Karla Apinajé, 13 anos, resumiu em poucas palavras o que os JEB’s já significam.  “Viajar de avião me deixou um pouco com medo no começo. Mas, quando vi, lá de cima, o Rio de Janeiro lá embaixo eu fiquei contente. Estou feliz por ter conhecido o Rio. Ter vindo para cá jogar futsal foi um sonho que a gente realizou”, disse a jogadora.


Darcyara, capitã da equipe Apinajé. Foto: Ronaldo Caldas/ Min. Cidadania

A nova “casa”

A viagem de avião foi a primeira das muitas emoções inéditas nos últimos dias. Ao chegar ao Rio de Janeiro, elas foram hospedadas no Rio Othon Palace, em Copacabana, enorme edifício de 30 andares de frente para a praia. Olhar para cima e contemplar a imensidão de sua nova casa no Rio foi uma visão impressionante para todas.

“Elas ficaram um pouco intimidadas quando viram a altura. “Ai, eu não vou ficar lá em cima”, disse uma delas. E eu falei: “Não, a gente vai ficar mais embaixo, no quarto”. O hotel que a gente ficou em Palmas (durante a seletiva dos JEB’s) era de três andares. E elas já acharam grande, recorda Ataides.

“Nunca dormi em um quarto com tanto luxo. Ele é muito grande. Eu gostei de toda a coisa”, reforça Darcyara, habituada a falar mais o Apinajé do que o português, e que ainda encontra dificuldade em se expressar no idioma oficial do Brasil.

No mar

Depois de tudo isso, veio o mar. Nenhuma jamais tinha visto o mar de perto. O contato representa outro capítulo especial da viagem. “Estava gelado. É muito grande e lindo. Eu achei legal. Nunca vi pessoas na nossa aldeia banhando assim. Eu já falei com a minha mãe e ela falou para eu tirar fotos e mandar para ela”, conta Darcyara, resumindo um sentimento comum a todas as companheiras.

"Nunca dormi em um quarto com tanto luxo. Ele é muito grande. Eu gostei de toda a coisa” - Darcyara Chavito, capitã da equipe

Até a publicação dessa reportagem, as meninas somavam duas vitórias e uma derrota nos JEB's. Fotos: Ronaldo Caldas/ Min. Cidadania

Gols e vitórias

A classificação, a viagem, a hospedagem e o mar certamente ocupam lugar de destaque nas vitórias pessoais que as meninas da Escola Indígena Mãtyk já conquistaram. Mas o fato é que, dentro de quadra, as guerreiras Apinajés têm brilhado nos JEB’s. No primeiro jogo, contra o Piauí, a vitória veio por 2 x 1. No segundo confronto, contra o Amapá, aplicaram uma goleada incrível de 12 x 0, resultado que impressionou até a capitã de Tocantins.

“Foi difícil chegar aqui porque na nossa aldeia não tem quadra, na nossa escola não tem quadra. A gente treina na cidade, no ginásio. Eu não esperava isso. Eu achava que a gente ia perder de 20 x 0. Mas a gente ganhou o primeiro jogo e o segundo. Foi muito legal!”, comemora Darcyara.

"Gostinho de quero mais"

Os JEB’s continuam para as meninas Apinajés. Nesta segunda (01/11), elas acabaram superadas pelo time do Ceará. O revés, entretanto, não encerra o sonho de subir ao pódio. Ainda com chances de uma medalha, as meninas, independentemente do resultado, já são campeãs.

“Um evento desses tem magnitude muito grande”, diz Ataides. “Para a gente, que vem de uma cidade pequena, é fundamental. Junta tantas culturas, tanta gente em um lugar só, e todo mundo com o intuito de participar”, prossegue o treinador.

Segundo ele, um dos efeitos da passagem pelo megaevento escolar é despertar o interesse de seguir na escola, seguir nos treinos, participar de outros torneios. “Agora que já viveram tudo isso, com certeza vão querer voltar”, afirma Ataídes.

Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania


FUTSAL FEMININO DO TOCANTINS VIRA ATRAÇÃO NOS JEB’s

 


A equipe de Futsal Feminino de Tocantinópolis, da Etnia Apinagé, formada por alunas da Escola Indígena, virou atração nos Jogos Escolares Brasileiros - JEB’s, que estão sendo realizados na cidade do Rio de Janeiro. Elas estão dando show dentro e fora da quadra. No primeiro jogo eles venceram a equipe do Piauí pelo placar de 2 a 1. No segundo jogo elas venceram a equipe do Amapá pelo placar de 12 a 0. Agora pela manhã elas jogaram contra a forte equipe do Ceará, e perderam pelo placar se 8 a 4. Mesmo com a derrota elas estão classificadas para segunda fase da Competição. Elas estão na Série Prata da Competição. Além de Jogar bem, elas tem sido atração fora das quadras, por serem Indígenas e jogarem com o corpo pintado, seguindo a tradição do seu povo, bem como tem dado exemplo de comportamento dentro e fora das quadras.

Governador Wanderlei Barbosa anuncia estudo para criação da Secretaria do Esporte

 Discussão será feita com Grupo Gestor

por Laiane Vilanova/Governo do Tocantins

publicado: 30/10/2021 16:09:00 - atualizado: 30/10/2021 16:29:54


Governador Wanderlei Barbosa pretende recriar secretaria de Esportes - Foto: Esequias Araújo/Governo do Tocantins

O governador em exercício do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, afirmou que sua gestão incentivará a prática esportiva no Tocantins e que pretende criar a Secretaria de Estado do Esporte. O anúncio foi feito na manhã deste sábado, 30, durante encontro com gestores municipais da área de esportes, realizado pela Associação dos Secretários e Diretores Municipais de Esportes do Tocantins (ASDMET) no município de Pium, região do Vale do Araguaia.

O governador Wanderlei Barbosa reforçou que, durante o seu Governo, o esporte terá a atenção que merece. "Eu sou um entusiasta do esporte e quero dar o socorro que o Esporte precisa para poder tirar crianças e jovens das drogas, esse é meu compromisso e é o que farei enquanto estiver à frente do Governo", destacou.

Secretaria do Esporte

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do esporte no Tocantins, o governador Wanderlei Barbosa, anunciou que nos próximos dias irá discutir com o Grupo Gestor e representantes da sociedade civil, a criação da Secretaria de Estado do Esporte. "Meu gabinete estará de portas abertas para todos os presidentes de associações, dirigentes e demais representantes, pois quero construir um orçamento que pense todas as vertentes da nossa sociedade. Nós não podemos cuidar da saúde e esquecer da educação, ou cuidar da educação e esquecer do esporte. Vamos cuidar de todas as áreas e nos próximos dias estarei discutindo a criação da Secretaria do Esporte com o Comitê Gestor", finalizou. 

Encontro

O objetivo do encontro, que contará com programação também no domingo, 31, é unir forças entre os gestores municipais para buscar recursos com o fim de fomentar o esporte no Estado. Até o momento 132 municípios já estão filiados à ASDMET.

O presidente da ASDMET e secretário de Esportes de Colmeia, Marcelo do Ginásio, destacou também que um dos objetivos da Associação é livrar os jovens das drogas e da marginalidade. "A princípio, a nossa ideia era criar um jogo amistoso entre 10 municípios, porque o esporte amador no nosso Estado, infelizmente, tem sido esquecido. A partir daí tivemos então a ideia de nos unirmos para fomentar o esporte no Estado todo e assim ajudar também os nossos jovens e crianças a terem não só uma opção de lazer, como também sair das drogas e da marginalidade", finalizou.

Presenças

Além dos gestores municipais, estiveram presentes no evento os deputados federais Osires Damaso e Professora Dorinha Seabra; os deputados estaduais Léo Barbosa e Vanda Monteiro; e demais autoridades locais. 


O presidente da ASDMET afirmou que o objetivo da associação é tirar crianças e jovens das droga - Esequias Araújo/Governo do Tocantins

Edição: Alba Cobo


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