Bola no gramado Mailson Santana / Fluminense
As suspeitas de manipulação chegaram à Série A do Campeonato Brasileiro e alguns dos principais estaduais. É o que aponta a Operação "Penalidade Máxima", que investiga desde fevereiro deste ano casos criminosos nos principais campeonatos de futebol do país e que já havia identificado problemas na Série B.
Segundo os investigadores, seis jogos do Brasileirão de 2022 correm risco de terem sido "fabricados" por apostadores (veja a lista das partidas abaixo). Há suspeitas também relacionadas a cinco duelos em competições estaduais, entre eles o Campeonato Paulista e o Campeonato Gaúcho, também da temporada passada.
Os jogos sob investigação são:
Guarani x Portuguesa - 08/02 - Campeonato Paulista
Luverdense x Operário - 09/02 - Campeonato Matogrossense
Esportivo x Novo Hamburgo - 11/02 - Campeonato Gaúcho
Caxias x São Luiz - 12/02 - Campeonato Gaúcho
Goiás x Goiânia - 12/02 - Campeonato Goiano
Juventude x Palmeiras - 10/09 - Campeonato Brasileiro
Santos x Avaí - 05/11 - Campeonato Brasileiro
Braga x América - 05/11 - Campeonato Brasileiro
Goiás x Juventude - 05/11 - Campeonato Brasileiro
Cuiabá x Palmeiras - 06/11 - Campeonato Brasileiro
Santos x Botafogo - 10/11 - Campeonato Brasileiro
Por conta dessas suspeitas, o Ministério Público de Goiás cumpre três mandados de prisão e outros 20 de busca e apreensão em seis estados (Goiás, Rio Grande do Sul, SAnta Catarina, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo) e 16 cidades. O MP conta com parceria de órgãos de outros estados brasileiros para facilitar o serviço.
Entre os alvos, está o zagueiro Victor Ramos, com passagens por equipes tradicionais do futebol brasileiro, como Vitória, Vasco e Palmeiras. O defensor de 33 anos jogou o último Campeonato Paulista pela Portuguesa e defende atualmente a Chapecoense. O jogador, inclusive, teve celular apreendido para facilitar as investigações.
A investigação da Operação "Penalidade Máxima" aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até R$ 100 mil, a cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.
Um jogador cooptado, por exemplo, teria a "função" de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida - normalmente uma derrota de sua equipe.
As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.
Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.
A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado. A partir daí, criou-se a operação "Penalidade Máxima" para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.
Na primeira denúncia, havia a suspeita de manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema era de âmbito nacional e havia acontecido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileiro.
Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/11920140/operacao-penalidade-maxima-ve-suspeita-de-manipulacao-em-cinco-jogos-da-serie-a-paulistao-e-gaucho-tambem-sao-investigados