quinta-feira, 9 de março de 2023

CBF regulamenta futebol misto no país


 

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, institui mecanismo para promover a igualdade de oportunidade no futebol

8 de março, Dia Internacional da Mulher, símbolo da luta histórica das mulheres pela equiparação de direitos e de celebração das transformações na sociedade. Neste ano, a data se transforma num marco em prol da inclusão e rumo à igualdade de gênero no futebol brasileiro. A partir de hoje, as competições amadoras podem ser mistas no Brasil.

Isto significa que as atletas poderão fazer parte de equipes masculinas e que equipes exclusivamente femininas poderão participar de competições masculinas, a critério de cada entidade organizadora. A nova regra poderá ser aplicada em todas as categorias, da iniciação esportiva ao futebol amador adulto.

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, assina regulamentação do futebol mistoPresidente Ednaldo Rodrigues com as colaboradoras da CBF
Créditos: Rafael Ribeiro/CBF

“Com esta mudança, pretendemos democratizar e massificar a prática do futebol pelas atletas, removendo barreiras para o surgimento e o desenvolvimento de novos talentos. A CBF tem investido muito nas Seleções e nas competições femininas de alto rendimento, que contam hoje com um calendário de competições nacionais a partir da categoria Sub-17. O topo da pirâmide está relativamente bem estruturado, mas assentado sobre uma base frágil”, afirmou o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que assinou a regulamentação nesta quarta-feira por meio de uma Resolução da Presidência.

“É importante destacar que o futebol misto trabalha com a massificação e a inclusão. Faltam equipes e, sobretudo, competições amadoras em nível local e regional nas primeiras categorias de iniciação e formação desportiva, como a Sub-10, Sub-12, Sub-14. Acredito firmemente que a regulamentação do futebol misto ajudará a corrigir este problema, incentivando a participação de milhares de jogadoras em equipes e competições mistas. Com o tempo, o aumento no número de atletas registradas também poderá levar à criação de equipes e competições exclusivamente femininas nas categorias mais jovens”, acrescentou o dirigente.

Destaca-se, no entanto, que o futebol feminino permanece exclusivo às atletas femininas, e que a organização de equipes e de competições femininas, de forma dedicada, continuará a ser incentivada pela CBF e pelas Federações filiadas.

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, assina regulamentação do futebol mistoPresidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, assina regulamentação do futebol misto
Créditos: Rafael Ribeiro / CBF

BASTA DE PRECONCEITO

A técnica da Seleção Brasileira Feminina de futebol, Pia Sundhage, aprovou a iniciativa da CBF. Ela classificou como "fantástica" a adoção do futebol misto no país.

"Eu tive sorte porque quando eu era criança, eu jogava futebol com meninos. Isso não tem nada a ver com meninos ou meninas, e sim com o futebol. Se nós conseguirmos criar espaços onde se pratica o esporte, não importa se é uma menina ou menino. É uma oportunidade muito grande para todos nós que jogamos futebol", parabenizou Pia.


A regulamentação do futebol misto visa reparar a injustiça histórica cometida contra o futebol das mulheres, que teve a prática proibida no Brasil por longos 38 anos durante o Século XX e que, mesmo após a revogação da proibição, continuou a sofrer com a discriminação e a falta de incentivos.

A mudança representa também uma homenagem, um tributo a gerações de mulheres, que mesmo diante de tantas dificuldades, como a proibição e o preconceito, desafiaram os costumes da época e ousaram praticar o futebol, jogando de forma clandestina e, em muitos casos, em meio aos homens. Deste ambiente, de prática mista informal do futebol, surgiram craques que fizeram parte da história do futebol feminino e da Seleção Brasileira, como Sissi, Michael Jackson, Pia Sundhage, Formiga e Marta.

A regulamentação do futebol misto já é uma realidade em muitos países, como França e Alemanha. Na Inglaterra, atletas de ambos os sexos podem jogar juntos até a categoria Sub-18, enquanto na Holanda e na Dinamarca não existem restrições de idade.

CBF INSTITUI DISPENSA ETÁRIA

Além de oficializar a prática do futebol misto em competições de caráter amador, a CBF inovou ao instituir o “Mecanismo de Dispensa Etária do Futebol Misto” (MDE).

Por meio deste instrumento, atletas e equipes femininas de uma determinada categoria poderão participar de competições mistas em uma faixa etária inferior. Por exemplo, meninas com até 17 anos (Sub-17) podem ser autorizadas a participar de competições mistas, com meninos de até 13 anos (Sub-13), a critério da entidade organizadora que utilizar o MEC como referência no regulamento específico de suas competições.

A implementação do mecanismo tem o objetivo de promover a igualdade de oportunidades para as jovens atletas, compensando diferenças no desempenho inerentes ao processo de maturação biológica e às especificidades de cada sexo, especialmente com o início da puberdade.

A partir de agora, a CBF fará campanha pela adoção do futebol misto e do mecanismo de dispensa etária nas competições organizadas pelas Federações filiadas e ligas amadoras, assim como por todos os entes governamentais, como, por exemplo, as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e de Esporte, os gestores de escolas públicas e privadas e os organizadores de competições amadoras no âmbito do desporto educacional e de participação.

E, parabenizando todas as meninas e mulheres pela data simbólica, a CBF reforça mais uma vez que o lugar da mulher, no futebol e na sociedade, é onde ela quiser.

Dia Internacional da Mulher: Lugar de Mulher é onde ela quiser jogarDia Internacional da Mulher: Lugar de Mulher é onde ela quiser jogar
Créditos: Arte: Júnior Souza

Porque o fortalecimento muscular é indispensável para quem pratica corrida?

 


Foto: Adobe Stock

Por Redação Webrun

Alívio do estresse, melhora na concentração, melhora do metabolismo. Os benefícios da corrida são inúmeros e muitos dos que praticam chegam até a viciar na atividade. Apesar de ser rica em benefícios, é preciso complementar a corrida com outros exercícios para melhorar o desempenho e prevenir lesões, incluindo o fortalecimento muscular.

Quando o objetivo é melhorar a performance da corrida, não é possível ter resultados significativos sem ter uma rotina adequada de treinos, explica Eric Montagnana, educador físico da Cia Athletica Unidade Granja Vianna. A rotina apropriada inclui corridas constantes e a inclusão de outras práticas para que o atleta consiga obter mais benefícios. “São várias as atividades complementares que proporcionam benefícios ao rendimento da corrida. No entanto, é necessário analisar como essa prática irá se conectar com os estímulos recebidos durante o treino de corrida”, explica.

Foto: Adobe Stock

A alternativa de treino complementar mais procurada pelos corredores é a musculação. “Por ser acessível, podendo ser realizada nas academias, parques e até mesmo em casa, a musculação se tornou a queridinha dos corredores, que melhoram significativamente o desempenho com a prática”.

Benefícios da musculação para corredores

Apesar de ser recorrente a informação de que o treino de musculação mais adequado para os corredores são aqueles que priorizam a resistência muscular com séries mais longas e cargas mais leves, Montagnana explica que hoje esse conceito mudou. “Estudos mais recentes sobre o treinamento de musculação para corredores mostram que os treinos de resistência possuem mecanismos fisiológicos parecidos com os da corrida, agregando pouco em relação à atividade específica que já é praticada com regularidade”.

Para efeitos de complementação das atividades de corrida, treinos de força e potência – aqueles com menos repetições e mais carga – serão mais eficientes. Os principais benefícios são a melhora na economia de energia, melhora da velocidade e performance, e prevenção de lesões.

+ Siga o Webrun no Instagram!
+ Baixe agora o APP Ticket Sports e tenha um calendário de eventos esportivos na palma da sua mão!

Melhora na economia de energia – Quando o corredor começa a se sentir cansado durante a corrida, as passadas ficam mais curtas, levando ao aumento do número de passadas para sair do lugar. Isso sobrecarrega a capacidade de utilização do oxigênio, o que causa o aumento da frequência cardíaca, aumento no gasto de energia, falta de ar e cansaço. O treino de força e potência ajuda na redução da fadiga durante o treino de corrida, fazendo com que as passadas se sustentem mais longas.

Melhora da velocidade e performance – Durante a corrida, os músculos da coxa e do glúteo impulsionam o nosso corpo a frente, transferindo a força de uma passada para a outra. O treinamento de força e potência da musculação melhora o recrutamento das fibras musculares, elevando a capacidade de impulsão, o que melhora a eficiência das passadas, com mais velocidade durante a corrida.

Prevenção de lesões – Ao longo da corrida, ocorrem ações excêntricas na musculatura durante a absorção do impacto. Com a fadiga, a capacidade elástica de absorção do impacto reduz, fazendo com que o número de micro lesões musculares aumentem, mudando o padrão das passadas e gerando compensações Esse efeito pode causar lesões. “Quando treinamos estímulos de força e potência em exercícios de cadeia cinética fechada, como o agachamento, fortalecemos os componentes excêntricos da musculatura. Essa adaptação faz com que o estresse mecânico ao longo da corrida seja menor, diminuindo o acúmulo de lactato no músculo, retardando a sua fadiga”, explica.

Como conciliar os treinos de corrida e musculação

De acordo com o educador físico, esse equilíbrio não é uma tarefa fácil, pois é importante considerar o volume semanal e intensidade aplicada em cada uma das modalidades. O importante é que haja uma periodização bem planejada. Durante o planejamento, é possível priorizar fases diferentes dos treinos. “Em momentos de alto volume de corrida ou competição, por exemplo, a musculação precisa ser mais controlada para que não seja sobrecarregada. Em períodos de menor volume e intensidade na corrida, o treino de musculação pode ser mais próximo ao máximo”, explica.

Treinos de musculação de 01 a 02 vezes por semana com 05 a 10 séries por grupamento muscular são mais do que suficientes para promover ganhos significativos em força. O ideal é organizar a rotina de forma que o treino do dia, seja a corrida ou musculação, receba o período adequado de descanso para que a outra modalidade seja realizada.

Leia também:

– Aprenda a evitar lesões treinando em casa
– Dicas para escolher o tênis ideal para a sua corrida 

– Fortaleça a lombar e melhore a sua performance
– Alimentação pré e pós treino: o que consumir?

– Exercícios para manter o core fortalecido
– 6 dicas para começar adotar hábitos saudáveis 

– Má postura no exercício ou no dia a dia? Dor no ombro ao correr? Confira as dicas do ortopedista!

Porto Nacional realiza a 28ª edição da corrida Inclusiva do Trabalhador

  Corrida acontecerá no dia 1° de maio com saída do setor Jardim Querido e reunirá 250 atletas Por: Kaline Lima/Secom de Porto Nacional Foto...