São Paulo - Um dos mais antigos árbitros em atividade no Atletismo brasileiro. Esse era Manoel Trajano Dantas Neto, de 68 anos, que morreu na madrugada deste domingo (dia 29), em São Luis, no Maranhão, onde morava. Trajano, como todos o chamavam no meio atlético nacional, era um dos principais árbitros do País.
Em sua carreira, alcançou o nível de Oficial Técnico de Área. Assim, trabalhou em muitos eventos internacionais no Brasil e outros países da América do Sul. Entre os eventos em que atuou, um dos mais importantes foi o torneio de Atletismo dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Também foi um dos coordenadores de arbitragem dos Jogos Mundiais Militares, de 2011, também na capital fluminense.
Mas, em sua carreira no esporte, Trajano, nascido em Jaboatão dos Guararapes, em 8 de maio de 1947, exerceu outras funções. Foi treinador, professor e dirigente. Por dois mandatos foi presidente da Federação de Atletismo do Maranhão.
Aliás, o pernambucano de Jaboatão morou em vários Estados, sempre atuando no Atletismo. De Pernambuco veio para São Paulo, onde graduou-se em educação física. E depois foi parar em terras maranhenses, que escolheu para viver com a família. Lá casou-se e teve três filhos.
Trabalhou também em Manaus, onde foi superintendente do Centro de Treinamento de Alto Nível (CETAN). Na função, supervisionou o trabalho de treinadores brasileiros, russos e cubanos.
Nos últimos anos, morando novamente em São Luis, continuou colaborando com a CBAt, tanto nos serviços de arbitragem das competições organizadas pela entidade, como ministrando cursos nos vários cantos do Brasil.
Por seu trabalho no Atletismo, a Assembleia Geral da CBAt concedeu a Trajano a comenda de "Emérito". Foi também homenageado pela Federação Baiana de Atletismo.
"Faço parte de uma grande equipe, sem a qual o trabalho não é viável, é importante destacar as atividades de todos", declarou Trajano, para a Revista PODIUM, que em sua edição de abril de 2015, publicou o seu perfil.
Trajano iria trabalhar na organização dos Jogos Olímpicos do Rio no ano que vem. "Ele nos ajudaria muito, sera responsável pela área de materiais do Atletismo", explicou Martinho Santos, diretor do torneio atlético dos Jogos.
Junto com Og Robson, presidente da Federação Baiana, e Marcos Andrade, presidente da Federação Gaúcha, foi um dos animadores da criação da COBRAT, a Associação de Árbitros, que tem lugar na Assembleia Geral da CBAt.
"Trajano é um nome importante do Atletismo nacional, deixará saudades", disse o Presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes. "Por isso, eu e o vice-presidente Warlindo Carneiro da Silva Filho determinamos luto oficial no Atletismo nacional por três dias", disse o presidente.
Por sua vez, Warlindo Carneiro da Silva Filho lembrou do amigo: "Além do profissional competente, Trajano era especial. Perdemos um grande companheiro."
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