quinta-feira, 27 de julho de 2023

O retorno da Maratona de Blumenau após 17 anos



Largada da Maratona de Blumenau (Foto: Tião Moreira)

Matéria de: https://contrarelogio.com.br/maratona-de-blumenau-retorna-ao-cenario-nacional-depois-de-17-anos/

Queridinha dos corredores nos anos 90, a Maratona Internacional  de Blumenau, realizada no último domingo (23/07), retorna ao calendário nacional depois de 17 anos, relembrando uma época áurea do evento, em que muitos corredores conseguiam na cidade catarinense suas melhores performances.

Apesar de anunciada inicialmente com seu percurso mais tradicional, que largava em Itajaí e chegava no centro de Blumenau, não houve autorização das autoridades e os organizadores foram obrigados a fazer uma alteração no percurso.

Com a mudança, a 25ª edição da prova acabou sendo disputada num trajeto de 2 voltas de 21 km, facilitando a logística da concentração de largada e chegada num mesmo local, mas ao mesmo tempo tornando a corrida não tão plana quanto se esperava.

Além dos 42 km, o evento ofereceu aos corredores duas distâncias menores, uma de 5 km e outra de 10 km.

A largada das provas aconteceu perto da antiga Prefeitura de Blumenau, a partir das 7h, com boa presença de público, que ficou por lá praticamente em todo o evento, torcendo e apoiando os corredores que passavam na primeira volta dos 42 km.

O campeão da maratona foi o mineiro Gilberto Lopes Silvestre, de 34 anos, que fechou os 42 km em 2:22:18. O atleta assumiu a liderança no km 27.


Gilberto Lopes Silvestre cruzando a linha de chegada (Foto: Tião Moreira)

“Foi uma prova um pouco desafiante com esse percurso de duas voltas de 21 km. Estou feliz de voltar a competir em maratona porque desde 2018 não completava uma devido a lesões. Voltar e vencer uma maratona dessas é muito importante para me motivar a treinar como antes da lesão”, disse o atleta após a prova.  

Eliezer de Jesus Santos ficou na segunda colocação, com 2:23:54, e Fabricio Gomes Santos em terceiro, com 2:24:36. Completaram o pódio Ademir Ramos, em quarto, com 2:25:40, e Edmilson Dos Reis Santana, na quinta posição, com 2:25:53.

No feminino, a vitória ficou com a paranaense Susane de Araújo Martins, de 33 anos, estreante dos 42 km. A atleta completou a maratona com o tempo de 2:42:58. Quinta colocada na Meia do Rio, em junho, a atleta esperava correr seus primeiros 42 km na faixa das 2:50.


Susane de Araújo Martins, estreia nos 42 km com vitória (Foto: Tião Moreira)

“Estou muito feliz. Fiz abaixo do que estava imaginando. A ideia era passar com reserva a meia porque era minha estreia e não sabia como o corpo ia reagir. Fiz progressivo”, conta a atleta, que assumiu a primeira posição no km 27, mas só teve certeza da vitória km 41. “Agora é só chegar.”

Rejane Ester Bispo foi a segunda colocada, com 2:44:26, seguida de Jaciane Barroso de Jesus, na terceira posição, com 2:47:20.

Amanda Aparecida de Oliveira, que optou por usar a maratona para tentar fazer tempo nos 21 km, passou a metade da prova em 1:18:29 e com folga na liderança. Depois de uma primeira metade forte, a atleta, 2ª colocada e melhor brasileira na Maratona do Rio, em junho, foi perdendo posições e, faltando poucos metros para a chegada, foi ultrapassada por Jessica Amanda Pereira, que ficou na 4ª posição.



Fotos: Tião Moreira

O evento reuniu mais de 2,8 mil corredores em todas as distâncias. Entre os pontos positivos relatados por alguns participantes ao final do evento estão o amplo espaço da Expo num pavilhão da Vila Germânica, as festividades realizadas no sábado, como o trote com direito a café da manhã e cuca, e o jantar de massas ao som de música típica alemã. Troféu para os sete melhores de categoria nas três distâncias e premiação em dinheiro para os três primeiros da maratona foram outros pontos que agradaram os corredores.



Alguns pontos podem ser melhorados para a edição de 2024, como a hidratação ao longo do percurso (alguns corredores que terminaram a prova entre 4h e 4h30 relataram que ficaram sem água em alguns postos no terço final do percurso) e as más condições do asfalto.

Mesmo com a alteração do trajeto, o brasiliense radicado em Florianópolis (SC) Ronaldo Dantas da Silva gostou da prova e não teve problemas com hidratação.

“A prova foi bem organizada, com excelente hidratação durante todo o percurso e com premiação em dinheiro no geral e nas faixas etárias (até o 3° colocado). A decepção foi o trajeto inicial divulgado no regulamento da prova com largada prevista em Itajaí e, com poucos dias antes da prova, a alteração para duas voltas.”

Para Ronaldo, o percurso não era 100% plano e o asfalto oferecia riscos de torção ou tombos, pois estava desnivelado, com rachaduras e buracos.

Um dos pontos positivos para o corredor foi a Expo, no Pavilhão 3 da Oktoberfest, pequena e simples, mas com bastante espaço. Ronaldo, que tinha a previsão de concluir a prova em menos de 3h, teve cólicas a partir do km 19 e viu seu ritmo cair. Mesmo assim, conseguiu concluir os 42 km em 3:02:07, o que lhe rendeu o terceiro lugar na faixa etária de 55-59 anos, um troféu e ainda 100 reais no bolso. “Foi a primeira vez que recebi prêmio em dinheiro como atleta amador.”


Marcia Alcântara (Foto: Foco Radical)

A corredora Marcia Alcântara, de Ribeira do Pombal, BA, também fez a maratona e acredita que a prova retornou ao calendário nacional para ficar.

“O percurso não é tão plano, mas não deixa de ser uma prova rápida. A organização de forma geral foi muito boa, com todo o cuidado e atenção com o atleta, com boa sinalização no percurso, hidratação, banheiros químicos e   toda uma estrutura para dar qualidade ao evento”, conta Marcia

Outro ponto favorável destacado pela corredora é a valorização do atleta amador, com a premiação nas faixas etárias e uma belíssima medalha para todos que se desafiaram e concluíram a prova. Ela finalizou os 42 km em 3:38:35 e na segunda colocação na categoria da categoria 50-54 anos, que lhe rendeu 150 reais.



Valmir Carvalho e Nercy Freitas (Foto: Tião Moreira)

Vale ressaltar ainda a presença de atletas que fizeram história no passado da prova para prestigiar a maratona, como Valmir Carvalho, tetracampeão da prova, em 1988, 1989, 1994 e 1997, Gregório Lavandoski, campeão em 1991, que hoje realiza a Maratona do Vinho, no início do ano, em Bento Gonçalves (RS), Élson Alex Graciolli, campeão em 2002 e 2003, que correu a maratona entre os amadores e foi 2º colocado na categoria 45-49 anos com 2:38:59, além de Nercy Freitas da Costa, tetracampeã, com vitórias em 1989, 1994, 1996 e 1997.

A edição de 2024 já tem data marcada. A prova será realizada no dia 21 de julho e agora também com a distância de 21 km, o que pode atrair bem mais corredores para o evento, aproveitando o fim de semana para conhecer a cidade e seus arredores.

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