quinta-feira, 1 de agosto de 2024

 

Caio Bonfim conquista a prata inédita na marcha atlética em Paris-2024

Brasileiro completou a prova em 1h19min09 em sua quarta participação em Olimpíadas



O atletismo chegou nos Jogos Olímpicos de Paris com medalha para o Brasil. Caio Bonfim confirmou a esperança do País e conquistou a inédita prata nos 20 km da marcha atlética na manhã desta quinta-feira, 1º, em sua quarta participação em Olimpíadas. 

* A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

No percurso de 20 voltas de 1 km, no Trocadéro, passando pelos pés da Torre Eiffel, o brasileiro começou com a estratégia de tentar saltar à frente do pelotão. No entanto, ele acabou visado pelos juízes e logo de cara recebeu um alerta para uma possível punição. Na modalidade, três penalidades geram dois minutos de suspensão.

O novo medalhista de prata completou o percurso em 1h19min09. O equatoriano Brian Daniel Pintado levou o ouro com 1h18min55. Alvaro Martin, da Espanha, completou o pódio com 1h19min11. 

Com isso, Bonfim diminuiu o ritmo e perdeu algumas posições, mas se manteve no pelotão da frente durante toda a disputa. Em alguns momentos, até assumiu a liderança novamente.

Além de Bonfim, o Brasil teve outros dois representantes na disputa. Matheus Correa, de Santa Catarina, chegou em 39º, enquanto Max Batista Gonçalves dos Santos ficou em 28º.




Caio Bonfim no pelotão da frente da marcha atlética
Foto: Gonzalo Fuentes

Auge da carreira
Aos 33 anos, Bonfim vive um dos melhores momentos de sua carreira na marcha atlética. A vaga em Paris-2024 veio logo na primeira competição do ano, com o bronze no Grande Prêmio Chinês de Taicang. Na ocasião, ele completou os 20 km em 1h17min44, recorde pessoal e brasileiro da modalidade.

Seus desempenhos recentes o alçaram ao terceiro lugar do ranking mundial. Na lista, ele fica atrás apenas do espanhol Alvaro Martin, segundo colocado, e de Perseus Karlström, da Suécia, que lidera a classificação mundial. 

Em campanhas recentes, Bonfim também tem destaque com os bronzes no Ibero-Americano de 2024 e no Sul-Americano de 2023. Ele também venceu o Troféu Brasil em 2023 e 2024, estes na categoria de 35 km.

Outras tentativas em Jogos Olímpicos
Essa é a quarta participação olímpica de Bonfim. Em 2012, o brasileiro estreou no evento aos 21 anos e completou o percurso de 20 km na 37ª colocação. O melhor desempenho até então veio em 2016. No Rio de Janeiro, ele ficou muito perto do pódio e passou pela linha de chegada na quarta colocação, apenas cinco segundos atrás do bronze.

Em território brasileiro, o atleta também disputou o percurso de 50km e fechou a prova com bom desempenho, na nona colocação. Após ficar no quase na capital fluminense, o competidor do Distrito Federal foi ao Japão, mas não teve desempenho tão satisfatório quanto quatro anos antes. Em Tóquio-2020, completou a disputa no 13º lugar. 



Caio Brasil posa com a bandeira do Brasil
Foto: Alexandre Loureiro/COB

Família no atletismo 
O gosto pela marcha atlética não é por acaso. Bonfim é filho de pais ex-atletas e treinadores, que até hoje acompanham seu dia a dia e desenvolvimento no esporte. Sua mãe, Gianetti Bonfim, inclusive, é a treinadora da equipe brasileira em Paris. 

Apesar da familiaridade com a modalidade desde a infância, o rapaz sonhou em ser jogador de futebol quando ainda era garoto. Antes da Cerimônia de Abertura em Paris, ele relembrou a tentativa de seguir carreira nos gramados e explicou um pouco da mudança no esporte.

“É o que dizem [que jogava futebol bem]. Acho que perdi muito tempo no futebol por causa disso... Falaram que eu jogava bem, e fiquei insistindo. Mas meus melhores resultados foram na marcha. Mas joguei. Esse preparo físico foi me atrapalhando, mas me jogando na marcha atlética”, contou Bonfim.

Entenda a marcha atlética
A maneira com que os atletas marcham pode causar estranheza em algumas pessoas. Na modalidade, o competidor não pode tirar os dois pés do solo ao mesmo tempo e a perna do pé de apoio precisa estar estendida ao tocar o chão.






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