quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Por que a corrida em grupo pode ser o remédio invisível para ansiedade e depressão?


Foto: Adobe Stock

Elizama Modesto | Bem Estar - https://webrun.com.br/

Tem dias que você acorda sem vontade de nada, com aquele peso no peito, a cabeça cheia, a ansiedade batendo na porta. E aí alguém te chama para correr junto. Parece bobagem, mas não é. Correr acompanhado pode ser exatamente o que você precisa para sair do lugar.

“O fato é que a atividade física é um importante agente de impacto no humor e na redução de ansiedade, que é uma das coisas que mais influencia no estado emocional como um todo, já é bastante claro sobre diversos estudos e metanálise”, explica o Dr. Henrique Bottura, psiquiatra e presidente do Instituto de Psiquiatria Paulista (IPP).

A atividade física realizada em grupo pode trazer ainda mais bem-estar do que a prática individual. “A questão da atividade em grupo tem alguns outros componentes que complementam o impacto que a atividade física por si já traz. Por exemplo, o apoio social. As pessoas se sentem motivadas de estarem com outras pessoas juntas, conversando, interagindo, criando uma espécie de atividade de um grupo”, diz o médico.

O desafio de dar o primeiro passo

É aquela história de sozinho você desiste fácil; acompanhado, você continua.”Nós, seres humanos, somos seres sociais, nós precisamos de interação social e isso também contribui para não só o bem-estar, mas também para o engajamento, para a manutenção do engajamento na atividade física”.

Se você tem ansiedade ou depressão, começar qualquer coisa parece impossível. “Normalmente, as pessoas que têm depressão e ansiedade têm uma barreira inicial do movimento maior para vencer. Tendo em vista que na depressão a vontade, o ânimo, a energia estão diminuídos, a gente precisa de um start para começar a fazer algum movimento”, ressalta Bottura.

Sabe aquela sensação de estar preso? Ele explica: “Assim como a pessoa ansiosa, ela acaba supervalorizando os motivos, as preocupações que a distanciam de iniciar uma atividade física. Às vezes a gente fica esperando que a vontade venha, que a disposição venha, que esteja pronto para começar a fazer algo. Mas a verdade é que a gente precisa iniciar primeiro”.

Primeiro você age. Depois a vontade aparece. Não o contrário. “De maneira lenta e gradual, com pequenas atividades, não sendo atividades muito intensas logo de início, mas com constância”, orienta o psiquiatra.

Segundo o Dr. Henrique, a sequência é a chave, conforme o corpo vai fazendo dia após dia, criando sequências de repetições, um circuito interno vai sendo criado, e assim o caminho para repetir no próximo dia, tende a ser mais fácil. Cada vez que você faz, torna a tarefa mais simples para sua mente. “Então, é importante ter uma mentalidade mais preparada para iniciar. É necessário começar e não dar muito crédito para as barreiras que impedem de começar”.

O recado é claro: não negocie com a preguiça. Vá. Mesmo para quem sofre de ansiedade ou depressão, o conselho do médico é: “Saiba que no início é difícil, dá vontade de desistir, dá vontade de parar. No entanto, depois de algum tempo, isso varia de pessoa para pessoa, acaba-se que o comportamento novo, o hábito novo se sedimenta e é hora de colher todos os benefícios do comportamento”.

O poder da companhia

Por isso, correr sozinho já é ótimo, mas correr com alguém ou em grupo é melhor ainda. “O correr acompanhado tem esse perfil de criar uma conexão, aumentar a assiduidade, estabelecer uma espécie de competição, que é uma competição positiva, em que um puxa o outro”, explica o Dr. Henrique. “Cria-se uma responsabilidade. Um tem que correr porque o outro vai correr e o outro vai por causa do um. As pessoas juntas também trocam informações e experiências, uma motiva a outra”.

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