sábado, 10 de janeiro de 2015

Dieta detox: conheça erros e cuidados ao usar esse método para emagrecer

Quando realizado de maneira errada o método pode causar ganho de gordura e prejudicar a saúde

Após momentos de abuso na alimentação e nas bebidas alcoólicas ou açucaradas, como nas festas de final de ano e feriados, algumas pessoas recorrem às dietas detox também chamada de dieta desintoxicante com o objetivo de "limpar o organismo" e perder peso. 
Porém, alguns desses regimes são muito extremos, fazendo com que o indivíduo consuma pouquíssimas calorias ou fique dias à base de líquidos. Estas dietas exageradas podem ter o efeito contrário do que o detox propõe e ao final causar o ganho de gordura e prejudicar a saúde. 
Afinal, para que o organismo volte ao seu estado normal não são necessárias medidas tão extremas. "Após dois dias de retorno para uma alimentação saudável o nosso corpo já volta ao metabolismo de antes", diz a nutricionista Amanda Epifânio que integra o corpo clínico do CITEN. 
Até mesmo a eficácia de qualquer dieta detox é questionada por alguns profissionais da saúde. "Não acredito que exista a condição que denominam de intoxicação. Os verdadeiros desintoxicantes do corpo são o fígado e os rins, e esses órgãos ficam sobrecarregados quando a alimentação é rica em gordura, sódio e açúcares. Porém, toda vez que saímos de uma alimentação cheia de gorduras para algo mais leve, isso reduz a sobrecarga do fígado e faz com que ele trabalhe de forma normal", constata Epifânio. 
Contudo, há dietas detox que propõe justamente um regime que prioriza os alimentos saudáveis e que deixa de lado aqueles ricos em gorduras e açúcares. Saiba o que pode ser interessante nos regimes desintoxicantes e quais são os cuidados necessários ao realizar este plano de emagrecimento.

Quais alimentos realmente evitar


Alguns alimentos realmente sobrecarregam o fígado por serem ricos em substâncias que em excesso prejudicam organismo. Por isso, após momentos de abuso, é importante evitar alimentos que irão fazer com que esse órgão tenha uma atividade intensa. 


A orientação é ter uma dieta balanceada, restringindo o consumo de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas, é o caso da carne vermelha e produtos industrializados, como congelados e biscoitos. Comidas ou bebidas com aromas artificiais, corantes e aditivos químicos devem ter o consumo limitado, bebidas alcóolicas e açúcar também. 


Alguns especialistas orientam cortar alimentos com glúten, como a farinha de trigo, lactose e soja. Caso a pessoa faça isso por conta, o tempo da dieta não deve passar de um a dois dias, se for mais do que isso a reintrodução dos alimentos é mais difícil, pois a pessoa pode ficar um pouco sensível às comidas e bebidas. "Isto é uma precaução, pois as alergias com esses ingredientes são frequentes", justifica a Ph.D em nutrição Andrea Dario Frias, coordenadora do centro de pesquisas Sanavita. A cafeína também é restringida por alguns profissionais da área da saúde. "Como os chás serão consumidos com maior frequência e eles já possuem essas substância, é recomendado não abusar do café", explica Frias.

Quais alimentos priorizar


Uma alimentação leve já irá contribuir para o melhor funcionamento do fígado. "Consumir muitas frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e carnes brancas ajuda muito. Não adianta pular uma refeição, pois se o corpo fica sem comer entra em estresse e isso aumenta o peso porque o organismo vai atrás de mecanismos de estoque", explica a nutricionista Amanda Epifânio, do CITEN. 


Além de não sobrecarregarem o fígado, estes alimentos são ricos em vitaminas, minerais, compostos fenólicos que tem ação antioxidante. Os peixes, grelhados, assados ou cozidos, e as sementes, como a chia e a linhaça, são ricos em ômega 3 que proporciona uma ação anti-inflamatória. 


Os sucos com verduras e frutas e os chás também são muito recomendados por alguns profissionais da área de saúde. O consumo balanceado deles na dieta é benéfico. O chá verde é rico em catequinas que tem o poder de combater os radicais livres no organismo e ainda possui um efeito termogênico. O chá de hibisco é uma boa escolha, por conter flavonoides e ácidos orgânicos que tem ação antioxidante e diurética. Leia mais sobre o hibisco em: https://deber.com.br/hibisco/

O chá de gengibre é outra bebida que possui forte ação antioxidante.


Fuja da dieta líquida


Algumas dietas detox envolvem passar dias ingerindo somente líquidos e isto pode causar uma série de problemas para a saúde. "Tirar alimentos e colocar líquidos faz com que o fígado trabalhe mais porque ele terá que conseguir energia de alguma maneira, isso ocorre em casos de dietas que durem mais do que uma semana", conta Epifânio. Porém, manter a dieta líquida por apenas um dia já acarreta problemas, afinal esse tipo de alimentação é pobre em calorias, o que pode levar a desmaios, dores de cabeça, entre outros problemas. 

Os rins também são prejudicados por uma alimentação essencialmente líquida. É este órgão que controla os eletrólitos, sódio e potássio, do nosso organismo e o excesso de líquidos causa um desequilibro entre esses eletrólitos que em casos graves pode causar até a desidratação. Ingerir mais de quatro litros de bebidas ao dia não é benéfico para a saúde.

Fuja do baixíssimo consumo de calorias


A restrição calórica excessiva além de ser prejudicial para a saúde também não irá provocar um emagrecimento saudável. "O corpo tolera por muito pouco tempo essa falta de energia, assim após sete dias começa a usar o seu estoque corporal que é o que chamamos de estoque de ouro, não é só a gordura, mas também músculos", alerta Epifânio. 

Também podem ocorrer alguns problemas de saúde. "No curto espaço de tempo pode não acontecer prejuízos. A partir de uma semana o risco é ter hipoglicemia que pode levar a desmaios", diz Epifânio.

Evite o efeito sanfona


Após uma dieta detox muito restritiva e por um período maior do que sete dias a pessoa pode não só voltar ao peso original com ganhar mais gordura. "Como expliquei, a falta de energia por muito tempo faz com que diminua a quantidade de músculos. Assim, quando o indivíduo volta para a dieta comum, o corpo quer voltar ao peso perdido, mas só recupera a gordura e então a pessoa fica mais flácida", constata Epifânio. 

A melhor maneira para evitar o efeito sanfona é não realizar uma dieta detox muito restritiva, apenas priorizando alimentos mais saudáveis e evitando outros prejudiciais. Quando acabar o regime é necessário mudar os hábitos alimentares. "O ideal é incorporar hábitos saudáveis na alimentação cotidiana. Continue priorizando os alimentos naturais e diminua o consumo de álcool, gorduras saturadas e trans, sódio e açúcar", explica Frias. 

Procure ajuda profissional


Ao realizar uma dieta detox o ideal é procurar a ajuda de um profissional da área da saúde, nutricionista ou nutrólogo. "Caso a pessoa faça um regime desintoxicante por conta não recomendo que dure mais do que três dias. Se ela fizer a dieta detox por um longo período deve falar com um profissional da saúde, pois ele irá orientar uma suplementação de vitaminas e minerais", diz Frias. 

Além disso, se a pessoa passar muito tempo sem ingerir a lactose e o glúten é preciso cuidado quando for voltar a consumir alimentos com a substância. Isto porque o organismo fica mais sensível a esses alimentos depois da dieta.

Evite o excesso de determinados alimentos



Ao longo da dieta detox é importante não abusar do consumo de chás. Alguns deles, como o chá verde e o mate, possuem cafeína e o excesso da substância pode causar insônia, taquicardia e gastrite, pois ela aumenta a secreção gástrica. 

A orientação é não passar de três xícaras das versões simples à granel, como o de hibisco, chá verde e de gengibre. Com relação às versões industrializadas que são mais concentradas, o consumo não deve passar de dois copos ao dia. Quanto aos sucos detox o recomendado é não ingerir mais do que dois copos ao dia.


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