http://universoef.com.br/
- Equipe UEF | Publicado em: 28/07/2016
Defesa funciona e anula a principal atleta adversária, a pivô da WNBA Ramu Tokashiki. Érika e Clarissa brilham no garrafão, e Damiris se adapta à posição de ala.
Com Magic Paula e o bicampeão olímpico no vôlei Maurício na torcida, a seleção brasileira dominou o Japão e deu um passo importante rumo à Olimpíada. Com uma defesa forte e um ataque eficaz, o time comandado por Antonio Carlos Barbosa anulou a estrela asiática Ramu Tokashiki, pivô de 1,97m e 25 anos, que atua pelo Seattle Storm na WNBA. Mesmo sem a presença de Iziane, em recuperação de um edema muscular na panturrilha, o Brasil venceu as rivais na Rio 2016 por 70 a 54, em Campinas (SP). A maioria das jogadas das japonesas, que derrotaram a França e a Austrália fora de casa, era voltada para as bolas de três. No entanto, o trabalho de Érika e Clarissa no garrafão não as deixou respirar. Inspirada no ataque em um de seus primeiros testes como ala, depois de uma vida como pivô, Damiris foi a cestinha, com 19 pontos. Até o intervalo, a paulista de Ferraz não errou um arremesso sequer e provou que se adaptou bem ao desafio proposto pelo técnico. Mesmo sem grande divulgação, as arquibancadas ficaram lotadas para o amistoso no interior paulista.
A confiança que o Barbosa vem me passando me ajudou a fazer essa posição nova. O grupo assimilou muito bem isso, ainda mais hoje, que era um time baixo, e as bolas entraram para eu finalizar perto da cesta. Estou muito confiante no que eu quero e no que eu posso. Daqui para a frente, é só melhorar. Nosso time está em uma crescente muito boa, e a vitória dá uma moral fantástica. O nosso objetivo era ganhar. Falamos ali no vestiário, se a gente quer ganhar alguma coisa, começa hoje. Vamos buscar a vitória, vamos jogar bem, falar bastante dentro de quadra e acho que tudo está dando certo. Temos de entrar focadas, sabendo aquilo que queremos. Não tem time bobo na Olimpíada, todo mundo é bom, todo mundo sabe o que quer, mas não tem nenhum bicho de sete cabeças. Temos que entrar igual em todos os jogos e manter o foco, porque eu estou acreditando muito nesse time - destacou Damiris.
Destaque do Chicago Sky na liga americana de basquete, Érika anotou um duplo-duplo, com 16 pontos e 11 rebotes. Sua companheira de equipe nos Estados Unidos, Clarissa, também fez a diferença ao anotar 11 pontos e pagar 7 rebotes, assim como Tati. Referência no Japão, Tokashiki acertou três arremessos curtos em oito tentativas, um aproveitamento de 37,5%. Kurihara e Kondo foram as que mais arriscaram de longe, porém, anotaram 6 e 9 pontos respectivamente, o que não foi suficiente para uma reação.
Não fiz o meu melhor jogo e tenho muito a ajudar e acrescentar. Mas o importante foi que saímos com a vitória. Ainda temos muito caminho pela frente até o dia 6 (estreia na Olimpíada). Temos de manter o ritmo, o foco e os treinamentos. Vamos ver o que erramos, ver vídeos e nos manter assim. Temos ainda outro amistoso contra o Japão na sexta-feira, outros dois amistosos no Rio. A Ramu me atrapalhou um pouco, eu não consegui jogar meu melhor, mas estou um pouco fora do entrosamento com as meninas, pois estava longe desde o evento-teste – disse a pivô Érika.
O jogo
A partida teve um atraso de 30 minutos após um incidente envolvendo uma idosa de 79 anos, que sofreu um traumatismo craniano grave ao cair das escadas na arquibancada. Érika abriu o placar com uma tabela para incendiar a torcida que compareceu em peso ao ginásio no bairro de Sousas. Com Damiris impecável no ataque em um de seus primeiros testes como ala, Adrianinha armando bem as jogadas, e Clarissa e Érika dominando o garrafão, o Brasil deslanchou e abriu 15 a 2. O Japão dependia totalmente de Ramu Tokashiki atrás da linha dos três, porém, a pivô de 1,97m não conseguia se livrar da marcação cerrada. Érika, acostumada a jogar contra a japonesa na WNBA, parecia uma sombra. Dentro do garrafão, as nipônicas pouco produziam, e o jogo de três não funcionava. Damiris, a esta altura, já havia anotado 13 pontos. No estouro do cronômetro, Tati acertou de longe e ampliou para 23 a 9.
No segundo quarto, o Japão reagiu, enquanto o Brasil rodava as jogadoras. Com apenas Adrianinha de titular, o país caiu de rendimento e demorou 2m30s para marcar, com dois lances livres de Isabela Ramona. Aos poucos, as brasileiras se recuperaram com retorno de jogadoras como Érika, firme nos rebotes, e Clarissa, com boa defesa e a mão calibrada. Empurradas pela torcida as donas da casa foram para o intervalo com uma vantagem de 15 pontos: 39 a 24.
Estrela do Seattle Storm, Ramu comandava as ações e tentou se impor diante das brasileiras no garrafão. Não marcou de longe, mas acertou duas vezes de perto, depois de sete tentativas. A maior parte das jogadas do Japão conduzia para as bolas de três, que iam entrando esporadicamente, seja com Kurihara, Machida ou Kondo. Com uma boa defesa, as brasileiras frearam as asiáticas fazendo uso do jogo coletivo. Foram administrando o placar e fecharam o terceiro quarto por 51 a 40. Era notável o preparo e o conhecimento das brasileiras em relação às japonesas. Todas sabiam exatamente o que fazer. O panorama se manteve o mesmo no fim, e o Brasil selou a vitória por 70 a 54, com tranquilidade.
Próximos jogos
O Brasil está no grupo A da Olimpíada e estreia contra a Austrália no dia 6 de agosto. Em seguida, terá pela frente o Japão (8), campeão asiático, Belarus (9), França (11) e Turquia (13). A primeira fase será disputada na Arena da Juventude, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. A partir das quartas de final, o basquete feminino terá seus jogos na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.
G1
Foto: divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário