Jepchirchir bate recorde mundial com novo tênis da Adidas Imagem: Divulgação
Demétrio Vecchioli
05/09/2020 14h05
O atletismo viu três recordes mundiais serem batidos durante um período de menos de 24 horas, em dois dias. Ontem (4), em Bruxelas (Bélgica), a holandesa de origem etíope Sifan Hassan e o britânico de origem somali Mo Farah, estabeleceram as melhores marcas da prova de uma hora - ela percorreu 18,930 metros e, ele, 21.330m. Hoje, em Praga (República Checa), a queniana Peres Jepchirchir destruiu o recorde mundial da meia-maratona.
Nenhuma das três provas é disputada nos Jogos Olímpicos, mas os três resultados são importantes porque mostram uma nítida melhora nas marcas das provas mais longas do atletismo, em um momento em que chegam às pistas e às ruas uma nova leva de tênis tecnológicos, com placa de carbono.
Inicialmente essa evolução tecnológica/esportiva
estava sendo colocada exclusivamente na conta da Nike, criadora da linha
Vaporfly. Com calçados dessa linha foram destroçados os recordes mundiais da
maratona, no masculino e no feminino, e o queniano Eliud Kipchoge se tornou o primeiro homem a
correr a distância em menos de duas horas. Em agosto, o ugandense Joshua
Cheptegei bateu um recorde de 16 anos nos 5.000m, prova olímpica. Em 2019, dos
36 atletas que ficaram entre os três primeiros colocados das seis grandes
maratonas do mundo, 31 estavam de Vaporfly.
Um levantamento do New York Times mostrou que o tênis de fato faz os atletas
registrarem marcas de cerca de 4% melhores do que estão acostumados em provas
de longa distância. Isso deu a Nike e aos atletas da Nike uma vantagem
competitiva enorme, que se refletiu no enorme mercado de corredores amadores de
rua.
Mas, desde março, nenhuma maratona internacional é disputada, o que impediu que a Adidas colocasse à prova seu tênis concorrente do Vaporfly. A estreia ficou para a Meia-Maratona de Praga, disputada hoje na República Checa só com atletas da marca. E a estreia do "Adizero Pro" foi com recorde mundial da queniana Peres Jepchirchir: 1h05min34s, melhorando em 37 segundos o antigo recorde, que vinha de 2018. A prova, que só contou com atletas de elite, foi desenhada para quebra do recorde.
Sob forte calor, Jepchirchir, porém, não conseguiu quebrar o recorde absoluto da meia feminina, estabelecido em uma prova em que homens e mulheres correram juntos. Esse recorde, ou "melhor tempo", como é tratado, é de 1h04min31. No masculino a prova foi vencida por Kibiwott Kandie. Ele correu metade da prova sozinho, depois que desgarrar do pelotão aos 10 quilômetros, e registrou o quinto melhor tempo da história: 58s38.
+ Acompanhe o que mais importante acontece no esporte olímpico pelos perfis do Olhar Olímpico no Twitter e no Instagram. Segue lá! +
https://www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2020/09/05/adidas-estreia-novo-tenis-com-recorde-mundial-da-meia-maratona.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário