Por: Conrado Valle e José Antonio Zapico Díaz
Tradução de: https://as.com/masdeporte/2020/12/05/reportajes/1607154324_514478.html
A 'Grande Corrida de 2020' ilumina a Cidade do Running
A MARATONA VALÊNCIA TRINIDAD ALFONSO EDP FAZ ANIVERSÁRIO 40 ANOS NO DIA 6 DE DEZEMBRO E FESTEJARÁ COM UMA EXCELSA RELAÇÃO DE ATLETAS QUE AGIGANTARÁ SUA LEgENDA DE 'CIDADE DO RUNNING'.
Seria una edição especial e será graças ao esforço de muitos. Pelas ruas de Valência não correrão 30.000 pessoas como estava previsto, uma cifra histórica de inscrições que se esgotaram em poucas semanas. Porém estarão a maioria dos melhores fundistas do planeta. Os 280 atletas de 42 países oferecerão na Maratona e Meia Maratona de Valência o maior espetáculo de atletismo num ano difícil para todos. A pandemia priva a Maratona de Valência Trinidad Alfonso EDP de sua vertente popular, porém não impedirá festejar seu 40 aniversário com a Grande Corrida de 2020, que confirmará a Valência como a ‘Cidade do Running’ e como espera a organização também a corrida dos ‘recordes’.
Valência, sexta Maratona mais rápida do mundo (2h03:51, Alayaw, 2019), melhor maratona da Espanha desde 2014 e a mais rápida também entre as mulheres em solo espanhol, a corrida tem tudo para que neste domingo fiquem obsoletas suas melhores marcas. Tudo faz permite pressagiar que a 'Cidade do Running' seguirá engrandecendo seu status, uma cidade na que já se bateram sete recordes do mundo, cinco em rua (Meia Maratona, Campeonato do Mundo Feminino de Meia Maratona, dois de 10K e um de 5K) e dois em pista (10.000 m masculino e 5.000 m feminino), quatro deles nos últimos 13 meses.
O elenco de atletas incita a pensar que nesta edição de Valência correrão como nunca se correu, o percurso foi aperfeiçoado para ajudar a conseguir isso e só fica de fora o controle da organização as questões climáticas, que segundo a previsão será benévola com os participantes. A corrida foi desenhada segundo parâmetros que esperam que primeiro homem chegue em torno de 2h02:45 e a primeira mulher em 2h17:30.
De cumprir-se tais previsões, além de quebrar os recordes das provas, Valência entrará no Top-3 de corridas mais rápidas da história. As expectativas são mais ambiciosas na Meia Maratona, distância na que estreia Rhones Kipruto (recordista de 10K) e na que não há renuncia a bater o recorde do mundo para homens (58:01, Kamworor / Kobenhavn, 2019) e entre as mulheres (1h04:31, Yeshaneh / Ras Al Khaimah, 2020). Paco Borao, presidente da SD Correcaminos, organizador do evento junto ao Ayuntamiento de Valência, resume assim a filosofia da prova: “Nossa máxima é a ração de ser do atletismo: ser o mais forte, o mais rápido, o que salta mais alto”.
Estrelas em Valência
A saúde da Maratona de Valência tem um benfeitor e se chama Fundação Trinidad Alfonso, entidade que preside o empresário Juan Roig. Sem sua contribuição económica, colaboração humana e empenho na gestão, Valência não olharia como o faz aos olhos aos seis Majors e seguramente esta edição haveria corrido a mesma sorte que tantas outras corridas neste 2020: a suspensão. A Fundação Trinidad Alfonso, injeta 4,6 milhões dos 5,3 que tem como orçamento esta edição, foi fixada desde o inicio da pandemia fazer todo o possível para a fazer acontecer a corrida. Não por capricho, não por presunção e sempre baixo um estrito controle sanitário. A Maratona Valência Trinidad Alfonso EDP na sua 40ª edição se entende como um ato de responsabilidade para com o atletismo e com cada um dos atletas, que neste domingo serão recompensados seus esforços de meses de treinamento com uma corrida para competir e na que dezenas deles aspiram conseguir o tempo mínimo para a classificação olímpica.
Valência acolhe a ‘Grande Corrida de 2020’. Ganha tal qualificação pela categoria e a relação de atletas que participarão na sua Maratona. A pandemia já provocou o cancelamento de quatro das seis Majors e só Tóquio, em fevereiro, e Londres, em outubro, conseguiram ser realizadas. Porém em nenhuma delas concentrou-se tal grupo de corredores em Valência. Londres ecoou na mídia nas datas previas a sua corrida pelo duelo entre Kipchoge e Bekele, que finalmente não aconteceu por causa da lesão do etíope, porém na capital inglesa, com condições climatológicas adversas e com um circuito de 19 voltas no parque Saint James, apenas participaram 70 atletas.
Valência na sua 40º edição terá 220 atletas de elite (além dos 40 atletas que participarão na Meia Maratona). Os corredores respondem ao chamado de Valência desejosos de poder competir trás um 2020 cheio de cancelamentos e com a chegada de 2021 marcado pelos Jogos Olímpicos de Tóquio. Dezenas de participantes de 43 países terão Valência como a porta de acesso para a classificação para Tóquio 2021 e correrão em busca do tempo mínimo para os jogos (2h11:30 para os homens e 2h29:30 para as mulheres).
“A Maratona de Valência será quase como a maratona olímpica”. A frase de Paco Borao está bem justificada. Em Valência viveremos não só a ‘Grande Corrida de 2020’ senão a melhor por acumulação de tempos dos participantes dos últimos 5 anos. Segundo um informe da web especializada ‘Lestrun’, nenhuma corrida recente no mundo concentrou tal quantidade de atletas de qualidade como em Valência, onde correrão nove homens com marcas abaixo de 2h05min (só ficou perto a participação de 8 em Londres 2019), 14 atletas abaixo de 2h06min (11 em Tóquio 2020) e 23 abaixo de 2h07min (14 em Tóquio 2020). A participação feminina não tem a invejar o masculino e 8 mulheres que estarão em Valência possuem marcas inferiores a 2h21min (como somente aconteceu em Londres em 2019).
Birhanu Legese (2h02:48, terceira melhor marca de todos os tempos) é principal favorito. Apenas no “papel”, como bem enfatizou Marc Roig, selecionador da elite internacional. Cada corrida tem vida própria e o etíope terá rivais a quem bater. Entre outros seu compatriota Atanaw Alawey, que defende o trono em Valência e seu recorde da prova (2h03min51s). Outro etíope, Leul Gebreselasie (2h04min02s), também sabe o que é vencer na Cidade do Running. Dele foi a vitória em 2018. Porém Legese chega com ambição: "Venho a Valência para bater o recorde do mundo"
A organização tem também muitas expectativas no debutante Jemal Yimer e em Lelisa Desisa (2h04:45), atual campeão Mundial (Doha, 2019) e que faz 5 anos no corre com “coelhos” que terão reto um reto em Valência: conduzir os atletas até o km 30 no tempo programado para o vencedor chegar em torno de 2h02:45. Embora, Quênia deposita suas esperanças em Lawrence Cherono (2h04:06). Ele venceu cinco de suas últimas seis maratonas e segundo os técnicos da prova, chega numa “excelente” forma no momento. Seus outros compatriotas a seguir são: Reuben Kiprop (2h04:40) e Evans Chebet (2h05:00).
Um circuito para voar
A corrida na categoria feminina se apresenta também apaixonante. As coelhos ditarão um ritmo de 2h17:30. O reto é ambicioso e a relação de atletas, também. As etíopes Ruti Aga (2h18:34) e Birhane Dibaba (2h18:35) são por tempo as favoritas. Porém, cinco atletas participantes já correram abaixo de 2h21min. Valência também servirá de termômetro para calibrar as aspirações na distância de Joycile Jepkosgei, que estreou ano passado vencendo em Nova Iorque (2h22:38) e que leva Valência em seu coração desde que batera nas suas ruas o recorde do mundo da Meia Maratona. Outra atleta que colocará a prova sua valia numa Maratona em Valência é a queniana Peres Jepchirchir.
Valência é chamada a ‘Cidade do Running’ por razões que vão mais para lá do marketing. Valência é a ‘Cidade do Running’ porque assim o sentem aqueles que correram pelas suas ruas. Suas condições climatológicas (más de 300 dias ao ano com sol e apenas 30 com chuva) e as orográficas (altitude máxima do percurso 17 metros, mínima 3,2) a convertem num paraíso de corredores em busca de melhorar suas marcas pessoais e um reclamo para a elite.
Em Valência já foram batidos sete recordes do mundo desde 2017. Abriu o livro de recordes a Joyciline Jepskogei na Meia Maratona (1h04:51) e continuaram Gudeta Kebede (Recorde do Campeonato do Mundo de 2018, 1h06:11), Joshua Cheptegei (10K, dezembro 2019, 26:38), Kipruto (5k e 10K, janeiro 2020, 26:24), Joshua Cheptegei (10.000, outubro de 2020, 26:11) e Letesenbet Gidey (5000, outubro 2020, 14:06.62), quem iria debutar neste Meia Maratona, porém não estará presente por causa do conflito bélico em seu país.
Blanca Iribas, Ricardo Iñiguez e Ximo Navarro são desde há vários anos as cabeças visíveis e pensantes dos percursos da Maratona Valência Trinidad Alfonso EDP e de quantas corridas organiza a SD Correcaminos. Eles conhecem quase cada palmo de asfalto da cidade; cada reta, rampa, giro e largura de suas ruas. A Maratona de Valência, em seus 40 anos de história, já foi modificado até em 35 ocasiões seu percurso.
A Maratona de Valência deu um salto em 2012 com a entrada como colaborador e principal patrocinador da Fundação Trinidad Alfonso. Foi então quando mudou sua saída e chegada a dois pontos icónicos da prova: a Ponte de Monteolivete e a passarela flutuante de chegada na Cidade das Artes e as Ciências. Na edição de 2020 serão mantidos ambos os cenários, se bem, que o percurso foi modificado para adaptar-se às medidas sanitárias da pandemia e influir menos nas rotinas da cidade.
Conferencia dos tênis
A Maratona de Valência Trinidad Alfonso EDP será a primeira corrida em solo espanhol onde será realizada uma conferência prévia dos tênis de cada atleta. A World Athletics regulou em junho o uso das mesmos . Assim, se consegue equipar as inovações que as diferentes marcas estavam incluindo nos seus modelos para melhorar o rendimento.
Uma das claves está na placa de carbono que minimizam o impacto e que geram uma economicidade energética que se traduz em substanciais descontos de minutos. A normativa estipula que a espessura da placa não pode ser superior a 40 milímetros, também devem ser tênis que tenham no mercado um mínimo de quatro meses. Isso regula que nenhum atleta, por exemplo, pode correr com os tênis Nike Alphafly com os que Eliud Kipchoge baixou das duas horas na Patrer de Viena, um modelo que continha três placas de carbono e uma sola de 51 milímetros.
A World Athletics e a Federação Espanhola de Atletismo solicitaram à organização da Maratona Valência Trinidad Alfonso o envio aos 240 atletas participantes na prova um documento no qual deviam confirmar marca, modelo e cor dos tênis que irão usar o dia 6 de dezembro. Este documento foi preenchido e enviado de volta para a organização. Assim, antes e durante a corrida, os árbitros poderão supervisar que cada atleta compete com os tênis informados.
São maioria os atletas que competirão em Valência com os tênis Nike Vaporfly, uma marca que conseguiu 31 dos 39 pódios das principais provas em 2019. Entre outros, correrão com estes tênis, Legese, Delisa, Alayew, la etíope Dibaba. Porém os Adidas Adirezo Pro (39,5 mm no calcanhar, 29,5 no ante pé e um peso de 246 gramas) estão ganhando também muitos adeptos, como Amos Kipruto e Peres Jepchirchir. Na corrida tecnológica do solado e a placa de carbono já temos outras marcas como New Balance, Brooks, Hoka e Saucony.
Assim também a organização tomou como referência o percurso do Campeonato Mundial da Meia Maratona Feminina, realizado em Valência em 2018. Isso foi possível pela presencia na prova só de atletas de elite, dado que os 40 participantes na Meia Maratona (que largarão às 8:00 horas) com apenas uma volta no percurso, enquanto os atletas da Maratona farão duas voltas (largando às 8:30 horas).
O percurso foi traçado levando em consideração três premissas: “Menos curvas, evitar giros pronunciados e avenidas largas”. Os atletas farão 30 curvas (quatro menos do que na edição de 2019) e boa parte da corrida será pelas das margens do velho curso do Rio Turia. Segundo seus desenhadores, o tramo mais rápido é o que se inicia na rua Colón e vai até a chegada, que corresponde os últimos três quilómetros. “É um circuito para voar”. Palavras de Marc Roig.
Paco Borao: "Orgulhoso desta epopeia"
Paco Borao. FTA
Paco Borao organizou e correu a primeira Maratona Popular de Valência em 1981. Desde então viu crescer uma prova que festeja seu 40º aniversario com a ‘Grande Corrida de 2020’. O presidente da SD Correcaminos aspira e espera por novos recordes, porém sobre tudo se congratula de que, ainda sentindo falta da sua vertente popular, seja realizada a Maratona Valência Trinidad Alfonso EDP: “É um compromisso que tínhamos com os atletas, que olham a corrida em Valência como a possibilidade de estar em Tóquio, e pelo atletismo”.
Diz o “lema” que é Valência a Grande Corrida de 2020, porquê será?
Neste ano tão selvagem por causa da pandemia, das 500 corridas com etiqueta internacional, irão acontecer menos de cem. Corridas de prestigio, apenas duas: Londres e Valência. Em Londres correram setenta e poucos atletas, dando voltas num parque com uma situação climatológica adversa. Aqui vamos concentrar cerca de 270 corredores. Uma das melhores coisas para a maratona hoje no mundo. Más de 100 atletas de 43 países diferentes disputarão para conseguir o mínimo olímpico (2:11:30 para os homens e 2:29:30 para as mulheres) para estar nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Pela qualidade dos atletas e pela categoria da prova, Valência é como uma corrida paralela à corrida dos Jogos Olímpicos.
O quê se espera das corridas de 6 de dezembro?
Conseguir algum recorde. Não existe corrida de atletismo sem a luta para bater algum recorde. Nós sempre falamos em conseguir o recorde da prova e, a partir de ai, ficar tão perto quanto possível ao recorde mundial e se possível, bater ele. O recorde mundial da Maratona é um pouco difícil. Porém vejo possível bater o recorde da Meia Maratona, isso por causa das figuras que estarão participando. Kipruto conseguiu em Valência o recorde do mundo de 10K e debuta na distância. As condiciones do circuito são perfeitas e esperamos que também as climatológicas.
O que esperamos de concreto na Maratona?
Entre as mulheres gostaríamos baixar de 2h18. Entre os homens a marca de 2h01:39 fica um pouco longe. Acredito que podemos estar em 2h02:40 ou 50. A corrida está estudada e os coelhos bem selecionados. Queremos que muitos atletas consigam a marca mínima para os Jogos Olímpicos.
A Grande Corrida de 2020 para festejar os 40 anos da Maratona.
Não será como queríamos, porém poder celebrar já é um trunfo. O esporte é um meio para enfrentar e superar as dificuldades e esta prova e necessária para os atletas, que ficaram sem competições para conseguir sua participação nos Jogos Olímpicos, e o atletismo.
Olhando estes 40 anos de Maratona, o quê vê?
Vejo a mesma ilusão. Eu, como outros colegas da SD Correcaminos, organizamos uma Maratona em Valência para, como quem diz, poder correr em casa. Na terceira edição percebemos que não podíamos estar organizando fora e correndo dentro. Obviamente o projeto cresceu, porém a ilusão é a mesma. Sinto-me orgulhoso de ter iniciado esta aventura, esta epopeia. Faz 12 anos me aposentei e é aqui que me mantenho vivo. É una “gozada” comprovar como se fala de Valência em cada cidade e no país.
Cartel promocional. SD Correcaminos
O quilómetro 0 de Valência
Tudo começou no número 1 da Rua Armando Palacio Valdés de Valência, no bar Danubio Alameda. Ali fundou-se a SD Correcaminos. Sua historia da vida rumo à Maratona de Valência. Paco Gómez Trénor, Toni Lastra, Paco Borao, García de Ibarra, Isidro Rey e Miguel Pellicer, entre outros Valêncianos apaixonados do atletismo, foram os pais da criatura. Eles gestaram a “I Marathon Popular de Valência” e que hoje se conhece como Maratona Valência Trinidad Alfonso EDP, uma prova que um dia como hoje como hoje realizou sua primeira edição e que faz 40 anos.
O domingo 29 de março de 1981 entrou na historia das corridas populares em Valência e também em Londres. Esse dia, por primeira vez, centenas de atletas tomaram suas ruas para percorrer 42.195 metros. 640 corredores terminaram a prova na cidade de Turia, cerca de 7000 na do Támesis. Quarenta edições depois, a de Valência é a melhor e mais rápida de Espanha e está no Top-6 do mundo.
Valência converteu sua Maratona num macro evento social e económico (calcula-se em 23 milhões de euros os ingressos turísticos arrecadados na edição de 2019). De suas origens ficou a paixão de seus organizadores e participantes, porém sua dimensão hoje é outra. Os números evidenciam as diferenças. E 1981 se inscreveram 640 corredores, para esta edição de 2020 se esgotaram as 30.000 inscrições; em 1981, 99% eram homens, em 2020 tivemos 20% de mulheres; em 1981 terminaram uns 500, em 2019 mais de 21.000; em 1981 todos os participantes eram nacionais, em 2019 participaram atletas de 101 países...
Corredores pontos para tomar a saída na primeira edição da Maratona Valência em 1981. SD Correcaminos
As caras de ilusão dos corredores populares são as mesmas em 1981, 38 edições depois
Os corredores saindo rápido no Passeio da Alameda, local também da chegada
As roupas dos corredores muito diferentes de hoje em dia
A organização colocou todos os meios que tinha na época... como este veiculo carro madrinha
As barbas, bigodes e bonés estavam na moda em 1981
A primeira corrida transcorreu na sua maior parte fora do centro da cidade
Em 1981 não existia idade mínima, tal como mostra esta foto
A corrida em 1981 também concentrou público no percurso
Corredores veteranos não perderam a oportunidade de correr a primeira maratona da sua cidade
Os corredores com duas pessoas de bicicleta que entregavam água aos atletas
Corredores numa rua de Valência em 1981
Um cruzando a linha de chegada
A Maratona de Valência em 1981 também contou com um locutor
Uma das 7 mulheres que participaram na primeira edição da Maratona de Valência
Funcionários da Cruz Vermelha socorrendo um atleta
"Bolsa" do corredor e troféus que foram entregues aos vencedores
Corredor cruzando a linha de chegada
O salto qualitativo e quantitativo deu-se na Maratona de Valência em 2012 em função da entrada Fundação Trinidad Alfonso, entidade que dirige Elena Tejedor. Porém já desde seus primeiros passos aspirava chegar onde está hoje. Assim, Juan Mora, subdiretor de AS até sua aposentadoria há alguns anos, escreveu em fevereiro de 1981 no El País: “Valência quer popularizar sua Maratona ao máximo, e para isso enviou inscrições para Federação Espanhola de Atletismo (…) Valência tem uma possibilidade de que se podem alcançar boas marcas, pois o percurso é totalmente plano”.
Paco Borao, hoje presidente da SD Correcaminos e da Associação de Maratonas Internacionais, participou na primeira edição e lembra que em 1981 “correr pela cidade parecia uma excentricidade”. De fato o percurso, embora com saída e chegada no Passeio da Alameda, era corrido na sua quase totalidade pelo “caminho que vai ao El Saler, o lago artificial e voltava pela estrada da marjal”, como explicava Levante-EMV nos dias prévios à prova para constatar que “o tráfego na cidade não iria se colapsar”.
Sete mulheres quebraram estereótipos
Os primeiros vencedores foram Teodoro Pérez (2:26:57) e Nuria de Miguel 3:03:49). A corredora de Madri foi a primeira de apenas sete mulheres. Sete pioneiras, heroínas, que o esforço da prova tinha que somar a incompreensão de una sociedade que nem entendia nem respeitava que uma mulher saísse para correr: María Biosca (natural de Algemesí), Emilia Molla (Bicorp), Mercedes Edo (Castellón), Concepción Enguix (Ontinyent), Caty Mateu (Alaquás) e Miriam González (Bonrepós).
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