Vem voar alto com a gente nesse registro da gigante Aída dos Santos em um salto durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964.
Na ocasião, Aída quase teve sua participação sabotada pelo próprio Comitê Brasileiro, que além de não oferecer apoio tentou atrasar sua inscrição, não recebeu nenhum equipamento, nem roupa para o desfile de abertura ela recebeu usando sua roupa de treino para se apresentar, e ainda precisou pegar um tênis emprestado com a equipe cubana para competir. Aída também estava sem acompanhamento técnico e transporte da Cidade Olímpica para as áreas de competição, ela ia de bicicleta e afirma até hoje que isso acabou ajudando no seu aquecimento.
Não satisfeitos, ela também sofria deboches da própria equipe, parte da delegação brasileira dizia “te vemos no almoço, Aída”, fazendo a analogia de que ela seria eliminada antes do meio dia e almoçaria com o restante da delegação.
Contra tudo e contra todos Aída foi além e conseguiu chegar às eliminatórias, foi quando descobriu que precisaria saltar a altura de 1,70m para chegar nas finais. Até então, no Brasil, ela não havia conseguido nem saltar a marcação de 1,68m.
Mesmo assim ela se concentrou, saltou e bateu a marca. Porém, acabou torcendo o pé já que não estava acostumada com o colchão de aterrissagem.
Recebeu atendimento do médico da equipe cubana, tomou um remédio e voltou ainda mancando para a disputa.
Respirou, correu e novamente se superou atingindo a marca de 1,75m. Isso garantiu o 4º lugar para nossa atleta, que passou a ser a primeira mulher brasileira a disputar uma final olímpica, além de ter sido a única mulher da delegação brasileira e a única representante do atletismo nos Jogos de 64.
Essa marca de 1,75 foi mantida entre as atletas brasileiras até 1996. Ou seja, seu recorde nacional foi mantido durante 32 anos. Salve, Aída!
Tomado do facebook
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